Jornalista, professor e especialista em mídia e educação
Rio - Mais uma lei está para ser votada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Desta vez, querem proibir o uso de walkmans, diskmans, IPod’s, MP3, MP4, fones de ouvido e/ou Bluetooth, game boy, agendas eletrônicas e máquinas fotográficas nas salas de aula, bibliotecas e outros espaços de estudos das escolas públicas do Estado do Rio.
A justificativa é que muitos estudantes, de posse de tais mídias, deixam de prestar atenção na aula, prejudicando, como afirma o texto do projeto, “sobremaneira o rendimento no processo de aprendizagem”. A nova lei, na verdade, tem o objetivo de complementar a que já proibiu o uso de celulares nos mesmos estabelecimentos.
Pergunto: é por meio da proibição destas mídias, através de uma imposição legislativa, que vamos, realmente, ter alunos mais atentos nas salas de aula? Ao proibir o uso dos aparelhos, alcançaremos melhores resultados no ensino e na aprendizagem? São estes os principais problemas enfrentados pelos professores?
Sei o quanto os aparelhos incomodam, sim, a dinâmica de uma aula. Mas, pelo que vivencio, a forma de utilização de tais mídias vem sendo acordada entre alunos e professores, que, juntos, buscam instituir regras, consensos e valores. O que é muito mais produtivo, sensato e educativo.
A proibição pura e simples – que não acontece nem acontecerá por força de lei – não gera discussão, debate, crescimento. E mais grave ainda: impedirá que novas metodologias de ensino, num mundo midiático em que vivemos, possam surgir com o intuito de melhorar a própria aprendizagem dos estudantes.
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