domingo, 29 de março de 2009

Meu grito


Meu Grito.

De que adianta esse meu grito
Ecoando solitário em meus ouvidos?
Não atinge os ouvidos alheios,
Alheios e senis à tortura da dor,
Insensíveis ao aperto de um coração,
E ao medo da morte-vida-ferida.
De que adianta gritar o que me sufoca a garganta?
Se um coração em chamas explode e ninguém vê.
Ouço gritos de agonia, como o meu,
Sinto o gosto esmaecido do sangue seu,
Amargo, amedrontado, escorrendo no asfalto.
Vejo os olhos espantados, arregalados de pavor.
E grito quase insane, ao demente que maltrata
E não sente, a minha, a sua dor...
Quero um coro de mil vozes que tragam soluções,
Que abrandem sofrimentos e traduzam esperança.
Como um canto, um brado, um basta, um clamor...
Quero vida de novo, vivida com alegria,
Crescendo nos jardins, reais, sem utopia.
Florescendo em meio azul, refletindo harmonia.
Quero paz, caminhar, apenas vida...

R.Cássia

Nenhum comentário:

Postar um comentário