Cantor e compositor
É muito cômoda a troca de acusações e de culpados pela guerra civil no Rio de Janeiro. Tenho muito respeito pelo trabalho que o Secretário de Seguraça, José Mariano Beltrame, desenvolve, pois vejo determinação e seriedade, mas não posso aceitar a forma simplista de jogar a responsabilidade do conflito carioca no usuário de drogas.
Antes que me joguem pedras e me acusem, vale lembrar que fui à Alerj com meus exames toxicológicos completos e pedi vista aos exames dos deputados e somente um se propôs a fazer tal procedimento. Estranho não?
Seguindo a mesma lógica de Beltrame vejamos onde vamos parar: “Essas pessoas (traficantes) brigam pelo dinheiro. E de onde sai esse dinheiro? De quem consome”.
Posso então sugerir que: os que consomem compram produto que não é plantado e nem produzido na cidade. Logo, entram pelas divisas, portos, aeroportos do estado. Se existe falha no controle da entrada então existe o comércio. Sendo assim, a culpa é do estado e das autoridades (in)competentes que permitem o ingresso dessas substâncias e de armas.
Armas e drogas, caros leitores, não vêm andando e entram nas favelas sozinhas. Sem produto, não há o que consumir; logo, sem consumo não há movimento financeiro; sem ele não há como comprar juízes, deputados e policiais do esquema. Onde é que vamos quebrar o elo que junta todos esses personagens?
Culpar o usuário de drogas é sempre o caminho mais fácil para desviar as atenções do foco real que é esse esquema criminoso que passa pela política e por essa repressão falida, como coloquei na semana passada.
Parabéns pelo Blog!
ResponderExcluirAlguns artigos devem/precisam realmente ser mostrados. Talvez funcionem como gotas homeopáticas, diante das doses cavalares que nosso país necessita para acordar/reverter o quadro "funcional" corrúpto que temos por aqui.
Saudações!
Bjks!