POR DIOGO DANTAS, RIO DE JANEIRO
Apesar do alerta válido para que medidas de combate ao aquecimento do planeta sejam tomadas em reunião sobre a crise financeira que começa nesta quinta-feira na Inglaterra, com líderes dos 20 países mais ricos do mundo, manifestantes da ONG Greenpeace fecharam uma das faixas da Ponte Rio-Niterói no sentido Rio e causaram um grande congestionamento na manhã desta quarta-feira.
O grupo, usando técnica de rapel, estendeu uma faixa de 50 metros de comprimento por 30 metros de altura na parte externa do vão central
O transtorno causado aos motoristas foi justificado pelo coordenador da campanha da Amazônia no Rio de Janeiro, Paulo Adário, que esteve no local do protesto, e admitiu a O Dia Online que a ação é poluidora, mas que 'às vezes é preciso usar o veneno da cobra para combater a cobra', filosofou.
Mais de 10 mil pessoas vão de avião para a reunião no final do ano em Copenhagen para buscar soluções. Imagina o que eles vão emitir
Paulo Adário
"O objetivo não é parar o trânsito, interrompemos uma das quatro faixas por quinze minutos para dar garantia de segurança para os nossos homens. Em seguida chegou a administração da Ponte com outros carros e aumentou o problema. Os veículos diminuiuram a velocidade para observar o protesto. Quando diminiu o fluxo do trânsito aumentam as emissões. Mas gostaria de pedir desculpas em nome do transtorno gerado e agradecer aos motoristas, porque eles foram parceiros involuntários".
Adário fez uma comparação entre o protesto e o encontro que discutirá soluções para o aquecimento global na Dinamarca no fim do ano. "Mais de 10 mil pessoas vão de avião para a reunião no final do ano em Copenhagen para buscar soluções. Imagina o que eles vão emitir", disse.
Brasil no caminho errado
O ambientalista comentou a falta de compromisso do governo brasileiro com a questão ambiental justamente no momento de crise, que produz oportunidades.
"O Brasil não pode continuar crescendo de maneira equivocada. O Obama (presidente dos Estados Unidos) está impondo condições para fazer investimentos na indústria automobilística por exemplo, exigindo carros menos poluentes. O Brasil deu mais de R$ 4 bilhões para a indústria de carros e não pediu contrapartida", exemplifica Paulo Adário, comentando ainda a injeção de recursos no ramo da pecuária.
"A indústria da pecuária vai ganhar recursos e é o principal causador do desmatamento na Amazônia", conta.
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