*Cantor e compositor
Na semana passada, muito se falou sobre a farra das passagens aéreas dos políticos e dos passageiros agredidos por fiscais da SuperVia. Existe uma relação bem estreita entre os casos: a covardia.
Mas não me refiro à covardia de nossos representantes ou dos agressores da estação de trem. Aponto meu olhar para o povo. A meu ver, pior do que agredir, em certos casos, é ser agredido calado, com o rabo entre as pernas, sem esboçar nenhuma reação.
Do que o brasileiro tem medo? Será ainda resquício dos militares ditadores, que desapareciam com quem ousava questioná-los? Não creio. Poucos nesse País podem dizer que enfrentaram a ditadura. A grande parte, como sempre, se comporta como gado. Precisa que alguém diga o que fazer, como pensar, para onde pode ou não ir.
No Planalto, brincam com o dinheiro público, usam e abusam de nossa passividade. Gastam até que um jornalista ou funcionário os denuncie; depois se colocam como defensores da moralidade, dispostos a reformular as regras. Depois que já chafurdaram tanto?
É ridículo! E nós estávamos onde para não cobrar uma punição severa? Estávamos na fila do ingresso do Fla x Flu, porque para isso temos tempo e disposição.
Na plataforma, o mesmo comportamento passivo. Dez homens socando, chutando e chicoteando o povo para dentro de vagões lotados e ninguém reage? Não sou a favor de violência e nem estou incitando desordem, mas tão triste quanto ser tratado de tal maneira é aceitar este tratamento calado. O que estamos esperando para exigir que sejamos respeitados como cidadãos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário