Governo já discute preço da gasolina

Presidente decide tratar pessoalmente da possibilidade de repassar aos consumidores o impacto positivo da redução da cotação do barril nos mercados internacionais

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai tratar pessoalmente com a Petrobras da redução dos preços da gasolina e do óleo diesel, seguindo a queda na cotação do petróleo. Há uma semana, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, já havia admitido essa possibilidade.

Lula também destacou que projetos como o que visitou ontem — o Terminal de Regaseificação de GNL (gás natural liquefeito) da Baía de Guanabara — trarão independência ao País, “sem depender do bom humor de ninguém”, referindo-se à crise com a Bolívia, principal exportador para o Brasil.

“Essa é uma reunião que temos que fazer com a Petrobras. Ver a oportunidade de fazer isso, sem causar nenhum problema para a Petrobras nem para o superávit primário”, ponderou o presidente sobre a queda de preço dos combustíveis, classificando a situação como “delicada”.

Gabrielli ressaltou que, embora o preço do barril do petróleo tenha caído, o dólar subiu em relação ao real. E lembrou que a Petrobras não reajustou seus preços quando o mercado internacional bateu recordes.

O presidente Lula visitou o navio-plataforma da Petrobras na Baía de Guanabara, que já está habilitado a receber gás transportado na forma líquida por navios de outros países. O terminal recebeu R$ 800 milhões em investimentos e, nas palavras de Lula, servirá como um “estepe” para o sistema. Sempre que faltar gás para as usinas termelétricas, a importação pode ser a saída.

GNV MAIS BARATO

Os motoristas já contam com preço mais baixo do gás natural veicular (GNV). Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Estado do Rio, o combustível caiu de R$ 1,60 para R$ 1,55 em quatro semanas — queda de 5 centavos (3,12%). Há previsão de nova queda de 7% em maio, com nova rodada de revisão dos contratos.

O taxista Marcelos Santos Costa, 34 anos, roda 150 km por dia e gasta R$ 30. Ele acredita que o preço pode cair mais: “Mesmo com queda na gasolina, o GNV é mais econômico. Mas o preço ideal do metro cúbico deveria ser R$ 1,40”.